O lado bom de tomarmos nossa cruz


A gente nunca imagina que negarmos a nós mesmos e tomarmos nossa cruz pode ter um lado positivo, não é mesmo? Afinal de contas, sempre que pensamos nisso imaginamos Cristo carregando o madeiro, todo machucado e dilacerado e, convenhamos, não é uma imagem boa pra vir à mente, né? Então como podemos concluir que a renuncia pessoal pode ser positiva pra nós mesmos? Sabe, acredito que a resposta a esta pergunta encontra-se escancarada em nossa sociedade e só não vê quem não quer [ou seja, quem fecha os olhos pra realidade].
Um dos grandes maus do nosso século tem um nome estranho e um significado que poucos conhecem e muitos vivem: hedonismo. O hedonismo é uma doutrina filosófica e moral que diz que o prazer é a razão de viver; entretanto, diferente do epicurismo, o hedonismo prega que não é preciso moderação para o prazer, ou seja, o ser humano existe para ser feliz por mais tempo e com maior intensidade possível, e pode fazer qualquer coisa para viver assim.
Ué, não há nada de errado em sermos felizes, você não concorda? Mas será que não há limites pra essa felicidade? Podemos fazer qualquer coisa com a finalidade de termos prazer? Segundo o hedonismo, SIM. Tudo podemos fazer se estivermos em busca da felicidade, e é exatamente isso que temos visto acontecer em nossa sociedade: pessoas que não se dão limites sob o pretexto de serem felizes.
Quantas vezes a gente já não ouviu a seguinte frase: “o importante é ser feliz”? Ou então: “se você está feliz, então isso é o que importa”. Filmes, programas de televisão e revistas vivem vendendo esse slogan de felicidade acima de qualquer coisa. E no meio de tudo isso, chega Cristo e nos diz:
“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará.” Mateus 16:24-25
Um balde de água fria, né? Descrevendo dessa maneira, é como se o Senhor Jesus chegasse para nós e nos dissesse: olha, eu sei que o mundo tem a oferecer a vocês uma vida que aparentemente não tem limites, porém, Eu digo que vocês encontrarão verdadeiro prazer em negarem-se a si mesmos e se submeterem à vontade d’Aquele que os criou.
Agora, pense comigo: será que negarmos a nós mesmos é algo tão ruim assim? Imagine um pai de família amoroso e trabalhador que, quando bebe, surra a esposa e os filhos. Será que ele se negar a beber é algo tão ruim? Ou um jovem que está viciado nalguma droga, chegando a vender os pertences dos familiares para conseguir dinheiro; aposto que ele ficar longe do prazer das drogas é uma renuncia boa, você não concorda?
Tenho pra mim que nesses exemplos que eu dei todos iriam concordar que o negar-se a si mesmo é uma coisa boa, mas e quando falamos de coisas que nos dão prazer e, aparentemente, não causam nenhum mal? Será que vale a pena negarmos esses prazeres a nós mesmos? Vale a pena uma pessoa se negar a assistir pornografia se isto lhe dá prazer? Vale a pena alguém se negar a um relacionamento homossexual se é assim que ela se sente feliz? O que Cristo diria? Ele diria que sim, vale a pena!
Devemos sempre lembrar que, para cada prazer que deixamos para trás nesta Terra, o Senhor Jesus tem uma felicidade infinitamente maior na eternidade e, embora essas coisas que eu citei possam ter aparência de não causar problema algum, elas causam o maior de todos: nos separam do nosso Deus, que nos criou, nos ama e quer ver o melhor para nós.
Todo o pecado traz prazer, isso é verdade, mas ele também nos afasta de Deus e mata o nosso espírito lentamente. É impossível sermos felizes longe de Deus, pois, como seres espirituais que somos, é impossível sermos felizes se nosso espírito estiver morrendo e, por maior prazer que sintamos, sempre vamos ter a impressão que ainda falta algo.
Por isso eu digo que há sim um lado bom em renunciarmos a nós mesmos. Na verdade, essa renuncia é maravilhosa porque, embora nos cause dor nesta vida, nos prepara para coisas abundantemente mais prazerosas que Deus tem preparado na eternidade para os que O amam. E, nas palavras de Paulo:
“Os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.” 2 Coríntios 4:17-18
Um forte abraço do cronista!
Que Deus te abençoe!

Denian Martins

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