O Cronista do Rei

Ele aguardava impaciente a alguns metros de distância. Andava para lá e para cá; sentava...  tornava a levantar-se e a repetir o rumo: para lá e para cá, para depois sentar-se novamente. O sol raiva com força para fora da cortina da tenda, embora o dia já estivesse para acabar; seus olhos contemplavam o horizonte. De repente ouviu-se mais um grito de horrenda dor; ele tornou a levantar-se, mas agora para se dirigir à porta da tenda, de onde ele esticou o pescoço para espiar. A tenda estava movimentada, as cortinas mexiam-se, mas a cortina estava fechada e só dava para se perceber a silhueta das servas que, com cuidado, tinham a situação sob controle. A ansiedade crescia a cada novo grito que ele ouvia. A tenda parecia ser pequena para conter-lhe; seu peito parecia ser pequeno para conter o coração tão acelerado; até mesmo a túnica parecia lhe incomodar. De todo o tempo em que ele havia esperado, aquelas horas foram as mais longas, pareciam ser infinitas e não terem fim...

Você já esteve num deserto? Acredito que não, eu, particularmente, nunca estive, e mesmo assim poderia descrevê-lo em poucas palavras. O deserto é um lugar solitário, escasso. No deserto, não apenas os alimentos e líquidos são escassos, como também a companhia e a presença de vegetação e animais. Como a própria palavra diz: é deserto, não há quase nada e quase ninguém. O deserto também é lugar de duros testes e provas acirradas, afinal, quem passa por um deserto e permanece vivo? Apenas os fortes. Não digo fortes de força, mas fortes na persistência, na coragem, fortes o bastante para acreditarem que o deserto não é fim e, nisso, encontrarem motivação para seguirem até o fim. Bem, esse é o deserto físico, aquele que estudamos nas aulas de geografia; existe, porém, o deserto espiritual, que nada difere do físico. Os dois são lugares escassos, solitários, e é neles que travaremos as maiores batalhas de nossas vidas. Muitos personagens bíblicos passaram pelo deserto espir...

Muitas vezes, em nossas vidas, as circunstâncias querem nos tirar a fé, isto é fato, tudo ao nosso redor aponta para um caminho oposto àquele que Deus nos mandou trilhar, é o famoso encontro da fé e a razão: apenas um desses caminhos pode ser seguido, o outro deve ser deixado para trás imediatamente. Isto acontece também com relação às promessas de Deus para nós. O SENHOR nos promete algo, o tempo passa, este algo não acontece e tudo nos leva a crer que jamais acontecerá, então, mais uma vez, temos que escolher em acreditar naquilo que é impossível e foi prometido por Deus ou naquilo que posso ver e tocar. Fé ou razão? Aconteceu assim também com o pai da fé: Abraão. Deus lhe disse que ele teria u filho e deste filho nasceria uma grande e poderosa nação. Hoje é fácil disser que a promessa se cumpriu, pois Israel é um povo inumerável, mas logo que a promessa veio era muito difícil crer, porque Abraão já era passado em idade, sua esposa também, e nada garantiria que isto real...

Imagine duas cenas. A primeira: eu entro no banco para pagar algumas contas; retiro a minha senha e sento-me num lugar que está vago. A cada nova chamada, eu olho a minha senha, sempre olhando também o relógio. Sentado, meus pés não param de bater no chão. Chamam o meu número, então eu vou o mais rápido possível ao guichê, para, logo após, sair do banco. A segunda: eu entro no banco para pagar algumas contas; retiro a minha senha e sento-me em lugar que está vago. Enquanto espero, penso em outras atividades que ainda preciso fazer, às vezes olho a minha senha, para saber se fui chamado ou não. Quando tocam o meu número, levanto-me e vou até o guichê. Terminado o serviço, saio do banco. E aí, você conseguiu notar qual é a diferença entre as duas cenas? A primeira descreve uma espera, a segunda descreve uma espera com paciência. Queiramos nós ou não, existem muitas diferenças entre esperar e esperar com paciência, mas muitas vezes nós cumprimos apenas o primeiro requisito, ...

Esses dias que passaram, uma árvore estava cheia de flores aqui no quintal de casa. A árvore é um Ipê roxo, e pôde esbanjar beleza e glória com toda a sua cor. Eu confesso que nunca tinha visto esta árvore tão bonita. Valeu à pena esperar ela florescer! Quando uma semente é lançada na terra, uma promessa é feita. A promessa de uma árvore grande e poderosa, rica de flores, beleza e olhares. Quando nos deparamos com uma árvore linda, não podemos esquecer de tanto tempo de germinação e crescimento, tudo isso a partir de uma pequena, minúscula e desvalorizada semente. A própria Bíblia afirma que a partir da menor semente de todas, a semente de mostarda, forma-se uma árvore grande, abrigo de pássaros, sombra de descanso; mas, não podemos esquecer, a partir da menor semente de todas. Assim também acontece conosco. Quando Deus põe um sonho em nossos corações, uma semente é lançada e, com ela, uma promessa: a promessa que, independente de tudo, este sonho se cumprirá. Portanto...