Uma preocupação sempre tomou o meu
coração quando eu lia os Evangelhos, pois ali nós temos os relatos de Cristo
debatendo e sendo desafiado pelos fariseus, e eu sempre me questionava: se
Jesus viesse à Terra hoje, será que eu não seria como um fariseu? Quem me
garante que não?
Pense bem no povo judeu: eles tinham a
promessa de que o Messias viria glorioso e cheio de poder, devolvendo a honra a
Israel e fazendo de Jerusalém a capital do mundo, e então, quando Jesus se manifestou
em humildade e humanidade, eles não O aceitaram. O Messias sem glória colidia
brutalmente com aquilo que eles tinham formulado e esperado por centenas de
anos. Será que se nós não estivéssemos no lugar deles não faríamos a mesma
coisa?
Ora, os fariseus nada mais são do que os
religiosos da época de Cristo, e quem são os religiosos da nossa época? Nós.
Também existia outro grupo religioso chamado de “saduceu”, composto de homens
da alta sociedade da época que defendiam somente a autoridade das Escrituras e
não a autoridade da tradição. E quem são os religiosos de hoje em dia que
defendem a autoridade das Escrituras e não a tradição? Exatamente, nós de novo!
Chega a ser preocupante, né?
Foi então que, durante uma pregação do
pastor Lucinho, Deus falou ao meu coração e me revelou algo que até então eu
não tinha percebido. Afinal de contas, qual foi o erro dos fariseus para que
eles não reconhecessem o Messias diante de todos os sinais e prodígios que Ele
realizava no meio do povo? Por que seus corações estavam tão endurecidos? O que
lhes faltava?
Certa vez, Jesus foi abordado por um
grupo de saduceus que, sorrateiramente, lhe fizeram um questionamento para “provar”
o Mestre dos mestres, tamanha a petulância deles. Foi então que Jesus lhes lançou
em rosto seu erro.
“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Mateus 22:29
Aqueles homens diziam ser de Deus e
diziam defender a autoridade das Escrituras, mas não conheciam ela e falavam
daquilo que não lhes era próprio. E quantos de nós não temos feito a mesma
coisa? Quantos de nós dizemos defender a
Palavra sem nem ao menos conhece-la? E quando eu falo de conhecer, falo de
conhecer plenamente!
Sabermos o Salmo
23 ou João 3:16 não faz de nós conhecedores da palavra de Deus. Devemos
conhecer a Bíblia no sentido de termos contato diário com ela. Todo mundo não
fala que só conhecemos a pessoa depois de casamos com ela e passamos a vê-la
todos os dias? Pois é exatamente nesse sentido que devemos conhecer a Palavra,
e isso depende de nós. O quanto a temos lido todos dias? Quanto tempo separamos
para fazermos um estudo bíblico? O
quanto estamos interessados em conhecer a Palavra de Deus revela o quanto
estamos interessados em não sermos fariseus.
Além disso, também precisamos conhecer o
poder de Deus, e isto acontecerá quando tivermos experiências pessoais com Ele.
Se os fariseus tivessem experiências com Deus reconheceriam o Messias ao vê-Lo
realizar milagres. Como vamos reconhecer o mover de Deus em alguém se não
soubermos como Ele move? Fica meio difícil, né?
Além disso, o apóstolo Paulo afirma em 1
Coríntios 1:18 que o Evangelho é o próprio poder de Deus. A medida em que nos
aprofundamos em conhecer a palavra de Deus, nos aprofundamos em Seu Poder e ali
Ele se revela a nós.
Mas precisamos entender que não basta
conhecermos apenas a palavra e desprezarmos o Poder de Deus, ou vice-versa.
Precisamos conhecer os dois, pois se somos apenas conhecedores da Palavra, corremos
o risco de nos tornarmos legalistas; e se conhecemos somente o Poder, podemos
nos tornar supersticiosos.
Irmãos, se nos falta este conhecimento,
precisamos adquiri-lo! Precisamos estudar a Palavra com nosso coração empenhado,
e precisamos buscar de Deus o seu poder para que sejamos filhos autênticos e
não apenas religiosos que honram a Deus com seus lábios, “mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é
feita de regras ensinadas por homens”. Isaías 29:13
Um forte abraço!
Que Deus te
abençoe!
Denian Martini
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