O Pokémon Go e o cristão

Nos últimos dias, o lançamento do jogo de celular Pokémon Go tem agitado o mundo inteiro e se tornou uma febre entre a juventude como há muito tempo não se via. Pra falar a verdade, acho que é o primeiro jogo de celular a fazer tanto sucesso, cheguei até a ouvir que o nome do jogo tem se tornado mais procurado no Google do que “pornografia”, que era até hoje o líder em buscas desde sempre. Olha aí, um ponto positivo, né?

Mas também, eu entendo o sucesso do jogo. Pra quem cresceu assistindo o desenho, como eu [sério, lembro de ter uns 5 ou 6 anos de idade e ter que sintonizar a TV analógica no canal da Record pra assistir ao desenho com muitos chiados] o jogo nos faz mestres pokémons, ou seja, quem baixa o jogo no celular precisa sair nas ruas buscando encontrar pokémons e captura-los. Quantos mais pokémons você tem, melhor você é, e ainda você pode treiná-los, competir com outros jogadores... tudo o que a gente via acontecer no desenho.

Porém, com esse sucesso estrondoso e inesperado vêm também as críticas, e grande parte delas têm surgido de dentro das Igrejas. Muitas pessoas afirmam que o jogo é ocultista, e leva as crianças a quererem aprender sobre magia negra e como andar com Pokémon (leia-se demônios) ao lado.

Tudo bem, não vou negar que o desenho não tenha o lado maligno, afinal, absolutamente tudo o que vemos ser produzido hoje em dia tem esse lado. Lembram-se quando a Bíblia nos alerta que o mundo INTEIRO jaz no maligno (1 João 5:19)? Se for por isso que não pudermos jogar, então precisaríamos viver isolados do mundo, e essa não é a vontade de Deus; Sua vontade é que vivamos aqui e influenciemos o a seguir a Cristo, anunciando Sua palavra com nossas palavras e nosso modo de viver.

Outros têm afirmado que o jogo tem tomado o tempo dos jovens. Um rapaz que eu conheço disse na Igreja esses dias atrás: Jesus manda que a gente vá e pregue, e os jovens não vão; mas por causa desse joguinho, aí eles vão caçar os pokémons. Ok, ok.. não é que eu não concorde com ele, mas eu penso o seguinte: será que o problema está mesmo nesse joguinho?

Isso me fez pensar algumas coisas, quero que você pense comigo: há pessoas que passam horas e horas na frente da televisão assistindo filmes, novelas, jogos de futebol, documentários, etc... há pessoas que passam horas e horas na frente do computador  (e até mesmo no celular) acessando, curtindo e compartilhando no Facebook... há pessoas passam horas e horas batendo papo no WhatsApp, e o problema do mundo se resume no Pokémon Go? Sério mesmo?

O que tem sido prioridade na nossa vida? Se a prioridade das nossas vidas tem sido o Senhor Jesus, então eu creio que um jogo não irá atrapalhar nossa vida cristã, pois quando Ele é prioridade, em primeiro lugar vem a oração, a leitura bíblica, a comunhão com os irmãos na Igreja, e depois, se der tempo, a gente joga um Pokémon Go, e se não der tempo, paciência. Mas se Cristo não for prioridade em nossas vidas sem o Pokémon Go, termos o jogo não fará diferença.

Não estou defendendo o joguinho, de maneira alguma, o que eu quero que você pense é: o problema não jogarmos ou não, o problema é não darmos prioridade para Jesus. Afinal de contas, o que deve estar em primeiro lugar em nossos corações? Quem deve reinar em nossas vidas?

“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33

Devemos buscar o Mestre dos mestres e deixar que Ele reine em nossas vidas; essa deve e precisa ser a prioridade sempre. Tenho visto até de Igrejas e grupos de jovens que têm aproveitado os Pokestops para evangelizar. Olhem só que ideia bacana!

O que precisamos lembrar sempre é que nada, nem Pokémon Go, nem Facebook, nem WhasApp, nem televisão... enfim, nada pode roubar o nosso tempo de oração, comunhão com Deus e com a Igreja, leitura bíblica e crescimento espiritual. Nada! No demais, creio que seja apenas mais uma febre que daqui há dois meses pouco vai se falar a respeito.

Abraço, Deus abençoe você!

Denian Martins