Diferenciando emoção de espiritualidade

Precisamos aprender a discernir a diferença gritante e essencial que existe entre se emocionar e sentir a Presença de Deus. Tenho percebido que muitas pessoas, principalmente os jovens, estão dentro das Igrejas evangélicas dizendo servir a Deus e sentir a Sua Presença quando, na verdade, têm apenas se emocionado durante o louvor e nada mais. Se a Presença de Deus é muito maior do que apenas mexer com nossos sentimentos, por que não temos experimentado coisas maiores que apenas chorar? Provavelmente porque não a tenhamos conhecido ainda.

O maior exemplo dessa confusão de emoção versus espiritualidade eu fiquei sabendo dias atrás, quando uma cantora gospel divulgou uma playlist [lista de canções] para os momentos devocionais e, entre essas canções, havia cantores seculares. Na boa, sem pagar de hipócrita, mas acho muito difícil alguém conseguir adorar ao Senhor Jesus ouvindo músicas seculares de pessoas que [olhando através das suas vidas e de seus frutos] não tem nenhum compromisso com Ele. Isso é se emocionar e achar que Deus está te visitando.

Não estou aqui pra julgar cantor A ou B, estou aqui pra te alertar para esta infeliz realidade nossa. É lindo chorarmos na Igreja, mas e honrarmos o nome do Senhor Jesus no dia dia, no nosso cotidiano? E aí? Servimos a Deus apenas no culto de domingo, ou 24 horas por dia, 7 dias na semana?

Observe bem o que Paulo diz a respeito de servir a Deus com a sua consciência:

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.” Romanos 12:1

Em primeiro lugar, Paulo começa pedindo caridosamente que os irmãos servissem a Deus como sacrifício vivo. Você entende o que significa a Palavra sacrifício? A vida com Jesus é muito mais uma vida de renúncia do que uma vida de prazeres. Por amor a Jesus, negamos as coisas desta Terra, seus prazeres e aquilo que é precioso para ela para que, no lugar destas coisas, possamos desfrutar de uma vida com Deus. E isto é um culto racional.

Servimos a Deus com a nossa consciência. Sabemos muito bem o que estamos fazendo, ninguém nos obriga a nada da mesma maneira que nenhuma emoção controla as nossas atitudes, simplesmente tomamos posição: irei servir a Deus, não importa o quanto isto me custe.

Mas, infelizmente, não é isso que vejo na nossa geração. Vejo uma geração iludida e mimada, uma geração que precisa que a Igreja apague as luzes para oração, senão não há clima; uma geração que vai na Igreja de “fulano de tal” porque ele tem “estilo”; uma geração que se não for servida à sua maneira deixa a Igreja. Ei, vamos crescer espiritualmente?

Não dá pra sermos constantes espiritualmente e, ao mesmo tempo, vivermos à moda do mundo.

Uma das características da pessoa que entra em contato com a Presença de Deus é que a Presença de Deus muda esta pessoa. A Presença de Deus é inexplicavelmente majestosa, grandiosa... palavras não expressam. E quando entramos em contato com tamanha glória, somos transformados completamente, tal como foi transformado Isaías ao ver o Senhor assentado em Seu grande trono.

Se temos ido a Igreja, frequentado os cultos, e nenhuma diferença ocorreu em nós, corremos o risco de não termos visto ao Senhor ainda, ainda que tenhamos chorado em todos os cultos. Chorar não é sinônimo da Presença de Deus, não necessariamente, e chorar não é sinônimo de ser espiritual. Entendido?

Não me leve a mal, não sou super santo. Deus conhece cada um dos meus pecados, e sabe o quanto choro e chorei por causa deles. Meu temor é que Jesus volte e esta geração não O tenha conhecido até lá, e não suba aos céus para encontrar-se com o Noivo.

Além de tudo isso, se nunca amadurecermos, vamos continuar nos iludindo e nunca vamos buscar mais de Deus. Dessa forma, a nossa sociedade jamais irá se transformar. Se essa geração não conhecer a Deus além da emoção, quando esta for embora, eles deixarão as Igrejas também. Esta será a prova maior de que nunca se converteram.

Oh, que Deus não permita que isto venha acontecer, mas que possamos experimentar da Sua real manifestação, para que afirmemos como Jó:

“Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram.” Jó 42:5

Um forte abraço do cronista; não pense que não oro por você!

Que Deus te abençoe!

Denian Martins