Mais um daqueles dias que ele conhecia bem. Como ele não gostava disso, não gostava nem um pouco daquela sala de hospital, daquele branco todo. Se pudesse, jamais voltaria ao hospital novamente, mas tinha que frequentar o tratamento de quimioterapia, pois tinha muito medo de morrer.
Ele sabia muito bem que se pudesse pularia estes dias de sua vida, mas não podia, por isso suportava estes momentos. Suportava os seções e os parceiros da sala do hospital, que todas as vezes eram rudes com ele. Ele entendia, e por isso não reclamava a ninguém, guardava tudo pra si.
Contudo, aquela sexta-feira foi diferente. Ele acordou assustado com mais um pesadelo de estava morrendo, e ao olhar para o lado, viu uma cama vazia, e um menino, que aparentava ter uns oito anos, sentado numa cadeira ao lado da cama. A criança fitava a cama, como quem esperava que algo de sobrenatural acontecesse e espantasse a todos.
Ele olhou para a criança com esperança: esperança de ter um parceiro que realmente valesse a pena conversar. Como ele não tinha assunto, decidiu começar do zero:
- Hei, rapazote, qual seu nome?
O menino não respondeu, ao invés disso, disse:
- Meu papai me disse para não conversar com estranhos, senhor!
- É mesmo! Mas quem é o seu pai?
- Meu papai chama-se Pedro, mas ele morreu ontem senhor! – Disse o menino, com os olhos cheios de lágrimas.
Aquela última frase da pequena criança tocou o coração dele. Ele então perguntou:
- E a sua mamãe?
- E a sua mamãe?
- Ela morreu há oito anos.
Naquele momento ele entrou em desespero. O que seria desta criança? Neste momento, o menino interrompeu os pensamentos dele:
- Hoje, nesta madrugada, papai me disse que não era pra eu me preocupar, porque Deus cuidaria de mim. Ele me disse que não sabemos porque as coisas são assim, mas Deus sabe, quando entregamos nossa vida pra Ele, Ele cuida de nós. Ele me disse que Deus é Deus dos órfãos, por isso eu posso ficar feliz, Ele cuidará de mim, mesmo que meu papai esteja longe de mim, mesmo que aconteça qualquer coisa ruim, Deus vai cuidar de mim e vai me proteger de toda coisa má ou ruim.
Ele se espantou. Uma criança tão pequena com uma confiança tão grande em Deus, uma confiança que ele mesmo nunca teve em ninguém. Ah! Se ele pudesse confiar desta forma em Deus. O menino voltou a falar:
- Papai me disse que qualquer pessoa pode entregar a vida pra Deus cuidar, e daí nunca mais vai precisar se preocupar, mas as pessoas não fazem isso. As pessoas preferem ser infelizes.
Neste instante, apareceu uma enfermeira que chamou:
- Augusto, venha comigo!
O menino se levantou e foi com a enfermeira. Diogo permaneceu deitado, e ali naquela cama entregou sua vida para nunca mais ter medo, mas confiar eternamente no Dono da vida.
Deus abençoe!!
Bk. |:^)
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Que legal =)
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