"Eu sempre estive aqui" - Parte I


Quando eu olhava naquela direção... lá estava Ele. Era impressionante, todas as vezes em que eu passava por aquela praça, lá estava aquele Homem, sentado naquele banco, sempre com a mesma roupa simples e um sorriso bem singelo e tímido no rosto. E ressalto novamente: todas as vezes. Não teve nenhuma vez em que eu passei que Ele não estivesse ali, e olha que eu passava naquela rua todos os dias!

Fizesse chuva... Estivesse um sol fortíssimo no céu... Fosse noite... Fosse dia... Não existiam feriados e nem domingos para aquele Homem, que eu julguei ser estranho, afinal: o que é que Ele estava fazendo ali, todos os dias? Pois é; esta pergunta gritava dentro de mim incessantemente: o que é que aquele Homem estava fazendo ali? Justamente naquela praça? Justamente naquele banco?

Os dias pareciam correr sem sentido, a única coisa que ficava martelando na minha cabeça era aquele Homem com aquele sorriso, aquela roupa e todo aquele ambiente que parecia ser de outro mundo. Mesmo estando distante, quando eu passava por aquele Homem sentia-me diferente. Com certeza Ele era uma pessoa diferente.

E aquele dia também foi diferente, bem, talvez para os outro fosse um dia comum, mas pra mim foi muito diferente. Eu estava meio perdido, me sentindo um pó sobre a face da Terra, me sentindo sem amor. Na verdade, devo admitir que este era um sentimento que estava rotineiro em minha vida, mas naquele dia estava mais acentuado, se é que posso descrever assim.

Por causa disso, resolvi sair da minha casa para andar. Não me lembro por qual motivo, mas não tinha ido trabalhar. Andando, andei, parei. Parei frente à praça, aquela praça, daquele Homem. “Será que, se eu perguntasse pra Ele o motivo d’Ele estar ali Ele responderia?” Perguntei em minha mente. De qualquer forma, seria uma forma de matar minha curiosidade. Se Ele não respondesse, pelo menos eu teria tentado, né?

Quando dei o primeiro passo na praça, senti como se minha perna estivesse dormente, totalmente mole de nervoso. Estranho! Nunca tinha me sentido assim?! Mas não teve jeito, foi assim até que eu cheguei e sentei-me no banco que Ele estava. Cada passo que eu tinha dado na direção daquele Homem, minhas pernas e todo o meu corpo ficavam mais e mais dormentes. Muito estranho!

Sentado ao Seu lado e com muito medo, resolvi puxar um assunto com Ele e perguntei-Lhe o nome. Foi em vão, porque Ele nem mesmo olhou pro meu lado.

Talvez Ele não tivesse me escutado. Talvez Ele fosse muito anti-social, por isso sempre estava ali, todos os dias. Talvez Ele simplesmente não quisesse conversar. Talvez, talvez, talvez. Já tinha me cansado de tanto talvez e dúvida dentro de mim. Talvez fosse... , digo, acho que foi por isso que tomei uma atitude drástica, bem, drástica pra mim. Levantei-me, olhei em Seus olhos e disse:

Desculpe-me, mas acontece que todos os dias eu passo por aqui, e todos os dias o Senhor está sentado neste banco, com esta mesma roupa. O que acontece? Desculpe-me se estou parecendo muito intrometido, mas é que eu estou muito curioso, não vejo motivos para isso.

Ele sorriu, só que agora Ele sorriu como se estivesse cheio de uma imensa alegria, confesso que cheguei até a invejar esta suposta alegria. Ele me disse: eu espero certa pessoa, pessoa esta muito especial. É claro que eu não podia deixar de perguntar quem era, e foi exatamente isso que eu fiz, perguntei quem era esta pessoa, (e com certeza deveria ser alguém muito importante para Ele esperar todos os dias). Ele olhou nos meus olhos e disse: é você quem eu espero.

Continua....

Deus abençoe!!
Bk. |:^)

Comentários

Postar um comentário