Algumas explicações necessárias 2

E aí, leitores do blog, como vocês estão? Há alguns dias eu escrevi um post explicando o motivo de eu ter me afastado do blog de 2019 para cá (se você não leu, o texto está aqui). Ali naquele texto mesmo eu disse que tinha mais coisas para explicar pra vocês, mas que deixaria para explicar depois. Pois bem… chegou esse momento.

Mas agora eu não vou falar a respeito do que aconteceu na minha vida, mas no que está prestes a acontecer (mais precisamente amanhã), que é o reflexo de um dia comum há dezessete anos; o cumprimento de uma promessa que Deus me deu quando eu ainda era um garoto de apenas 11 anos de idade.

Então, senta que lá vem a história, o retorno [risos].

Bem, eu nasci num lar cristão e, além disso, filho de pastores. A Igreja que meus pais fundaram acontecia na garagem da minha casa quando eu era criança, então não fica difícil imaginar que a minha criação sempre acontecera não apenas num ambiente cristão, como eclesiástico; ou seja, desde que me entendo por gente, frequento à Igreja. É bem verdade que quando eu era criança, achava chato ter de desligar o videogame para ir no culto, mas cresci acostumado com essa rotina.

Mas antes de eu contar o que realmente me aconteceu, acho que preciso registrar um fato curioso aqui. Ainda criança, havia uma música que cantávamos na Escola Bíblica Dominical (cantamos até hoje, na verdade) que diz assim:

Deus faz crescer o campim pim pim…

Deus cuida dos passarinhos piu piu...

Deus não se esquece das flores, dos frutos e do coelhinho, qui qui...

E nessa canção, o meu pai [vulgo pastor] deixava para as crianças fazerem o som dos bichinhos, os “pim pim” e os “piu piu”. Bom, eu gostava de imitar o coelho e, para que eu sempre imitasse ele na canção, eu teria que sentar na terceira cadeira da primeira fileira, que ficava bem de frente pro púlpito. Assim, na primeira cadeira a criança cantaria “pim pim”, na segunda cadeira a criança cantaria “piu piu” e eu cantaria “qui qui”.

Mas aconteceu que eu contei isso pra um amigo meu, e ele pensou que eu queria sentar naquela cadeira sempre, por isso, quando chegou o culto da noite e uma criança sentou-se lá, ele correu tirá-la dizendo que era meu lugar. Constrangido com a situação, eu acabei sentando lá naquele culto e depois mais um tempo, e depois acabei acostumando a sentar sempre lá, bem de frente para o púlpito e para a banda.

O que isso mudou na minha vida? Não sei, mas talvez ter sentado por um tempo bem de frente com a banda pode ter me influenciado pelo que veio acontecer a seguir. Lembrando que isso aconteceu uns três ou quatro anos antes.

Certo dia, meus pais chegaram da locadora de vídeos evangélica com diversos VHS cristãos. Embora pareça que isso aconteceu no tempo da pedra lascada, quero só deixar bem claro a todos que em meados de 2005 ainda existiam locadoras e ainda existia VHS, que logo foi substituído pelo DVD. Enfim, dentre esses VHS havia um show cristão.

Como um bom garoto de 11 anos, eu não queria assistir nenhum show, e sim desenhos. Mas depois de meus pais assistirem ao show e ficarem admirados, e também minha avó assistir e achar lindo, eu decidi conferir também (só um adendo, minha avó tinha alguns problemas de saúde que a impediam de visitar sempre nossa casa, isso acontecia raramente. E aconteceu exatamente naquele final de semana onde a dita cuja fita havia sido alugada).

Você deve estar se perguntando que VHS era esse. Trata-se do projeto “Esperança”, do Diante do Trono, que inclusive hoje em dia se encontra integralmente disponível no YouTube para quem quiser assistir. Sinceramente, se fosse possível eu recomendaria que todos assistissem o projeto do início ao fim para entender porque eu fui tão impactado pela aquela obra.

As luzes, as canções, as orações, os clamores, as danças, as celebrações. Foi assistindo aquele VHS que eu, um garoto de 11 anos de idade, fiquei vidrado e, numa fração de segundos, passou pela minha cabeça: é isso que eu quero fazer quando crescer. Acho que se tivesse parado ali, tudo bem.

Mas não parou. Eu comecei a orar a Deus e a pedir que acontecesse aquilo na minha vida, que eu pudesse gravar músicas de louvor a Ele assim como assistira naquele VHS.

Aqui preciso esclarecer um fato que esqueci de escrever mais acima: além de meus pais serem pastores, minha mãe é profeta. Por muitas vezes Deus a usa para dar palavras proféticas na Igreja e também na vida pessoal das pessoas.

Mais uma vez eu digo, se tivesse parado na minha oração, tudo bem.

Mas não parou. Você acha que Deus não vai ouvir a oração sincera de uma criança? Certo dia, estávamos na Igreja numa quinta-feira, num Culto de Bênção quando, após a pregação da palavra, meu pai chamou os que queriam oração à frente, para ele orar e ungir. Eu e mais outros fomos à frente. Eu pedindo o mesmo que sempre pedia: queria um ministério de louvor para gravar músicas também, assim como vira no VHS do Diante do Trono.

Bem, o que vou escrever a partir de agora não é passível de interpretação. Você pode acreditar ou não, fica à seu critério. Mas de fato aconteceu, e o fato de alguém acreditar ou não acreditar não muda o fato ocorrido.

Bem, após meu pai orar e ungir a todos, minha mãe pediu a palavra. Então ela disse que, naquele dia, ela vira um anjo descer do céu e entregar a bênção para cada pessoa que tinha ido à frente ser ungida. Eu me lembro bem das palavras que ela disse aquela noite; se ela tivesse dito que o anjo tinha abençoado algumas pessoas, eu poderia duvidar. Mas não tinha margem para dúvidas, ela dissera claramente que o anjo havia abençoado a todos. Ele havia abençoado a mim.

Naquele dia, ainda em 2005, eu, uma criança que ainda não tinha nem sido batizado por não ter idade suficiente, e nem fazia parte da banda da Igreja, recebi uma promessa de Deus de que, um dia, eu teria um ministério de louvor e gravaria meus louvores a Ele.

Bem, e no final do culto eu voltei para casa e assinei com uma gravadora, certo? Não! De lá para cá se passaram dezessete anos. Sim, dezessete anos de muito aprendizado e espera, de desânimos e confortos. Dezessete anos que Deus sempre esteve ao meu lado, sussurrando no meu coração de que aquela promessa ainda estava de pé, mesmo parecendo passar tanto tempo em vão.

Por vezes, escrevi aqui no blog textos a respeito da espera: “Aprendendoa Esperar em Deus” (2015), “Simplesmente seja paciente, Deus vai cumprir o que prometeu” (2018), “Esperei com paciência…” (2012) e “Esperar: 'simples' questão de tempo” (2011). Se você for ler esses textos, verá ali referências que faço dizendo que Deus havia me prometido algo e que eu ainda esperava se cumprir. Pois bem, é sobre essa promessa que estou falando.

E por que estou revelando depois de tanto tempo um acontecimento tão pessoal? Porque chegou o tempo da promessa se cumprir.

Mas, vamos à uma resumida linha do tempo:

2005 - foi no meio do ano que eu assisti ao VHS, me lembro apenas de ter sido durante as férias do meio do ano; alguns meses depois eu recebi a promessa de Deus, a confirmação de que Ele havia dito sim ao meu pedido.

2006 – Em abril eu me batizei e lá por volta de outubro a novembro eu entrei para a banda da Igreja, porque tudo isso me aconteceu antes que eu sequer cantasse na Igreja.

2007-2018 – Nesse período todo eu fiz parte do ministério da Igreja. Aconteceram muitas coisas nesse meio tempo que me ensinaram, tantas que eu nem saberia dizer todas.

2019 – Nesse ano eu assumi a liderança do ministério de louvor sem contar às pessoas a promessa que Deus havia me feito; uma ação de Deus demonstrando que a promessa era real e se cumpriria um dia.

E então, depois das coisas que me aconteceram em 2020 com a perda do meu filho, Deus começou a mudar os ventos e me falar que deveríamos começar a nos preparar para gravarmos. Acho que é mais ou menos a mesma coisa que Ele dizer ao povo de Israel: comecem a se preparar para entrarem na Terra prometida.

Eu comecei a falar com o pessoal e preparar todos. Foram dois anos onde eu ainda precisei aprender mais algumas lições até que, finalmente, as coisas engrenassem. E, por fim, amanhã acontecerá a gravação do EP “Contemple a Cruz”, do Ministério de Louvor Ao Deus que Reina.

Sendo sincero, posso afirmar que sinto como se um enorme peso estivesse saindo das minhas costas. Estou entregando um compromisso que firmei com Deus há dezessete anos. Uffa! Mas também sei que é apenas o começo. Ainda não gravamos, não sei se as canções terão grande ou pouca repercussão.. quero dizer, não sei pelos olhos naturais, porque ainda não aconteceu. Mas, de acordo com o que Deus trabalhou em meu coração ao longo desse tempo todo, sei que Ele tem preparado grandes surpresas, e que amanhã é apenas o começo de uma nova jornada.

Precisava escrever isso pra vocês. Em primeiro lugar para contar o testemunho de como Deus é fiel. Eu tinha 11 anos, vocês têm ideia disso?! Ninguém sabia disso além de Deus e eu; mas Ele está cumprindo. Eu não sou ninguém, nem tenho renome, mas porque Deus falou, Ele e somente Ele vai fazer.

A respeito dessa gravação, posso dizer com todas as letras e toda a sinceridade do meu coração que toda glória é de Deus. Ele está fazendo tudo. Ele tem questão de cumprir cada promessa que me fez. Sei que muitas vezes fui rebelde à essa Palavra e, mesmo assim, Ele insistiu em mim. Toda glória é sempre d’Ele.

Em segundo lugar, escrevo para animar a fé de quem quer que leia. Se Deus prometeu algo, seja na Bíblia ou através de uma profecia direta, Ele vai cumprir. É simplesmente impossível Deus mentir.

Bom, agora preciso ir. Se tudo der certo, voltarei aqui contando como foi a gravação e, quem sabe trazendo fotos :)

Um forte abraço, Deus te abençoe!

Denian Martini, o cronista.